Foto: Restauração dos dourados. A esquerda o artista em atividade, a direita, de Paula e o amigo Pedro Guilherme.
No trajeto fluvial das monções cuiabanas, partindo de Araraitaguaba (Porto Feliz SP) até chegar ao Porto Geral de Cuiabá, os viajantes enfrentavam diversas dificuldades, dentre elas o abastecimento das canoas com alimentos.
Com o trajeto apontado pelos irmãos Leme, saindo de Camapuã ao entrarem no rio Coxim, abastecerem as canoas com caça e pescado não era mais problema, pois o rio fornecia uma variedade imensa de enormes peixes, que eram pescados com muita facilidade.
Quando os navegantes chegavam ao encontro das aguas do rio Quexeim (Coxim), com o Taquari-Assu (Taquari), a roça de João de Araújo (hoje bairro Piracema) fornecia os produtos agrícolas e as canoas de montaria, que levavam os caçadores e pescadores, capturavam com facilidade aves, mamíferos e principalmente peixes.
“Quando os navegantes monçoeiros entravam no rio Taquari, ficavam estarrecidos com a grande quantidade de ilhas e a abundancia de animais existentes, que lhes servia de alimento. (TAUNAY).
Eram impressionantes os cardumes migratórios de dourados, que progrediam rio acima provocando enorme movimentação das águas. Os dourados sempre chamaram a atenção, tanto pelo seu colorido, seu porte, sua movimentação pelas aguas turbulentas e principalmente pelo especial sabor de sua carne.
“Enormes dourados exigiam o maior esforço para serem trazidos à margem. Jaús colossais surgiam(...) Voltava a piscosidade no Taquary sendo considerável no Paraguai, Porrudos e Cuiabá, como também atesta Cardoso de Abreu. Surgiam “cumilaçoes” de dourados. (TAUNAY).
Por sua piscosidade, os rios Taquari e Coxim, desde o inicio da colonização, chamaram a atenção nacional. Ao longo dos anos, muitos pescadores fixaram-se em suas margens, fazendo da pesca uma atividade profissional, atendendo não só aos turistas que em busca do peixe aqui chegavam, mas também atuando como guias de pesca amadora, como pescadores artesanais profissionais, capturando e comercializando o pescado, mas também como pescadores de subsistência para suprir a necessidade de seus lares.
Em reconhecimento a piscosidade dos rios, ao importantíssimo papel dos pescadores e a beleza dos peixes, foi construído, próximo a foz do rio Coxim, as margens do rio Taquari, um monumento junto a praça popularmente conhecida como “praça dos Pescadores”, um chafariz com dois dourados.
O monumento construído pelo artista plástico coxinense Pedro Guilherme, ficou durante alguns anos, relegado ao esquecimento, sofrendo algumas depredações. Hoje (novembro de 2022), essa importante obra pertencente ao patrimônio publico, está finalmente sendo restaurada por seu criador. O artista, que atualmente reside na capital, tem aproveitado sua estadia para rever os amigos e relembrar sua infância, quando pescava e se banhava nas águas do Taquari.
Os dourados da praça do pescador retratam com propriedade os elementos culturais, o rio, o peixe e o pescador, que sempre estiveram presentes na história da evolução de nossa cidade, tendo o reconhecimento, não só dos que aqui residem, mas todos aqueles que embora distantes, relembram as pescarias ou os casos e causos contados por seus pais, avós ou amigos.
Fica aqui, de público, o nosso reconhecimento e o agradecimento ao importante trabalho executado pelo desenhista e escultor Pedro Guilherme Garcia Góes.
Museu Virtual de Personagens justafluviais da Rota das Monções (registrando, preservando e compartilhando a história de vida de ilustres ribeirinhos).
“Projeto Resgate, Promoção e Valorização do Patrimônio Cultural da Rota das Monções. Fundo Estadual de Defesa e de Reparação de Interesses Difusos Lesados – FUNLES / OSC Espaço Manancial/ Salt Media”.
Rota das Monções: "Se o Brasil nasceu na Bahia, o Brasil cresceu por aqui.”
Visite a Rota das Monções (onde comprar):
South Pantanal Tours & Expeditions).
Saiba mais sobre as Monções:
@rotadasmoncoes
@movimenta_pantanal/
Commentaires